Antarte lança projeto solidário "Decorar para Humanizar"
José Ramos-Horta apadrinha iniciativa
O Centro Materno Infantil, inserido no Hospital de Santo António, no Porto, será alvo de intervenção em algumas das suas áreas. Através de um projeto solidário ‘Decorar para Humanizar’, da Antarte que algumas salas, utilizadas por famílias e crianças que precisam frequentar este centro, vão ser mobiladas e decoradas.
Como forma de contribuir para o bem-estar psicológico das crianças e para diminuir os tempos de recuperação, a intervenção nestes espaços pretende aproximar esta realidade de um lar de verdade, tornando-os mais acolhedores e humanizados. “A humanização dos espaços é crucial” afirmou Paulo Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto.
Com uma grande noção de responsabilidade social há quase duas décadas, Mário Rocha, administrador da Antarte, tem apoiado vários projetos solidários. Aproveitando a celebração dos 15 anos do icónico Cabide-Árvore, uma das peças de autor mais emblemáticas da marca, a empresa lançou o desafio aos responsáveis do hospital e a ideia foi bem acolhida. “Quisemos usar esta peça não só por celebrar 15 anos de existência, mas também porque representa a vida e o futuro”, refere Mário Rocha. “A nossa ideia foi trazer um pouco de cor e alegria a estes espaços, muito bem pensados do ponto de vista arquitetónico, mas pouco convidativos à permanência. A minha equipa foi incansável para a concretização desta ideia e acreditamos que vamos conseguir fazer uma pequena diferença na vida das crianças e das famílias que as acompanham”, acrescenta o CEO da Antarte.
Estima-se que a remodelação em causa terá um custo que rondará os 70 mil euros e que será suportado integralmente pela empresa. Como forma de tornar este investimento mais leve e aproveitando o 15º aniversário da criação do Cabide-Árvore, a Antarte lançou o desafio a 15 designers, artistas plásticos e figuras públicas para trabalhar a peça na sua forma original dando-lhe o seu cunho pessoal. Joana Vasconcelos, Paulo Neves, Pedro Guimarães, Guilherme Mampuya, Mr Dheo, Chakall e Kruella D’ Enfer foram os primeiros a aceitar este desafio. Os cabides deverão estar prontos em Dezembro, altura em que estarão em exposição no Porto durante aproximadamente dois meses. As peças desta parceria solidária serão leiloadas e todo o valor angariado será canalizado para o serviço de pediatria.
José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz em 1996, e grande defensor dos direitos humanos apadrinhou esta iniciativa. É muito modesto na abordagem e refere que está sempre disponível para abraçar estas causas. “Apoiar projetos com crianças é sempre algo muito gratificante. Não importa se as crianças são de um país pobre ou de um país rico. São crianças e isso não tem fronteiras” argumenta o Nobel da Paz. Relembra que há muitos laços que o ligam a Mário Rocha e ao Porto. “Há mais de 20 anos, quando Timor ainda estava a lutar pela independência, um grupo de artistas do Norte, essencialmente do Porto, reuniram-se e fizeram uma angariação de dinheiros para Timor. Na altura entregaram-me o equivalente a 100 mil dólares que usei a favor da causa timorense. Ficou, para sempre essa dívida de gratidão. Timor tem recebido muito de Portugal e este é o meu pequeno contributo” explica Ramos-Horta.